quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Deu uns ferro

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O homem de azul acorda branco ao ver a marca vermelha na mão da indústria. Crê ao todo poderoso Ferro a fé de dar-lhe o que comer. Suja de ar o pó das narinas do império. Deu uns Metal já não existe.

domingo, 21 de junho de 2009

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Surdo, o absurdo
Que descalço destaco nesta folha
Sujo é o distúrbio
Da pressa inerte opressora

Das folhas amarelas, quero a vermelha
Da orla contida do desejo
Na raposa quero a pele
Para andar com o estado preso

Com a torre rasgo as nuvens.
Que apareça Deus!
Com o metal faço chover
para dar liberdade aos plebeus.

Agora me despeço
do ignorante leitor,
que um dia vai comer
o grande trovador.

sábado, 20 de junho de 2009

Na constante inerte aula jaz o erudito

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Jacson Almeida

Quero parar meu cérebro
pois não ouço nada neste ambiente.
Tudo é tão podre

Gisele Krama

Tudo fica podre quando os vermes se comunicam

Sidney Azevedo

Algumas minhocas esgaravatam um cérebro qualquer já bem putrefato...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Meu drama

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Minha tempestade agora suprimida,
pois um sol tende a encerrar.
Que seja feita a vontade de minha consciência íntima.
Que destape!
Palavras direccionadas a um ente apenas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Não sei

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Sob o piano.

Mataram o presidente.
Eu fico aqui lamentando.
Calma, amada, isso não acontece duas vezes.
Calma, isso é assim,
a bomba cai apenas uma vez

cabelos queimados ela olha para mim
óh, como ela fica ali sentada.
Lamenta dilacerando sua mão na música.
Ela chora no tempo.

eu te avisei que a melodia não faz a arte,
eu levei a bala em seu peito.
Mataram o governante,
não chore após perder tudo
não chore sob a guerra fria
não lamente a perda

Óh, isso é tão bonito,
a guerra acontece lá fora e ali sentada ao piano ela toca somente para mim.
Ele traz a paz que na guerra eu perdi por você.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Tempo

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Deixo que minha voz sem corpo seja emitida. Aguá seca a escorrer mergulha entre meus olhos. Privo-me da carne antes farta. A cama aprisiona-me. Curta chuva de domingo. E eu sem gazua.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Roubô no campo

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Tire a cabeça do camponês,
que trabalha com a terra,
para perder outra vez
o cérebro para a máquina ERA

Antes minhocas ajudavam,
mas com o pó preto do gafanhoto,
monstros gigantes desenterraram

terça-feira, 19 de maio de 2009

???

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Muro inerte sob os trilhos.
De um lado, ele
romancista acabado pelo concreto em sua volta

No oposto, ela,
desfilando com sapatos vermelhos e riscando a muralha

Desenha porta, janelas e veias.
Cria vida na parede antes morta

Ele sente e arrasta-se

Uma fresta, um pedaço de ar, por onde vê a bela
Não há como passar?

Ela, cansada de riscar traços de vida desperdiçados, anda sob a água

Ele, dilacera-se pelo muro até o outro lado
- Pare mulher, pois o chão é brisa leve do vento

Tua mãe não sabe chegar até mim

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Parte I

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No mesmo dia em que andei pelos corredores da razão, eu a vi
Da psicologia à arte pós moderna ela dança,
na militância não me acompanha
Seja nos longos cabelos morenos e na pele dourada, minha morte

Quando parar de escrever sobre ela, é certo que morri.
Com seu vestido cuida da água que de meu rosto cai,
com calça camuflada, chora pela felicidade
Antes longe, agora perto

És a parte perfeita da política.
Carrego uma bandeira com tua imagem:
pele lisa que mistura-se com suor.
No lugar verde onde não há nada, existe você:
esperança minha de ter momentos de felicidade...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

larva a consumi

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Larva desce o vulcão.
Entra na maçã
para depois ser moldada
envenenada e sã

Vira borboleta
Depois fica a se vender,
Logo com muita dor,
ao invisível consumidor.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Besteira aula

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Coisas que ouço
faz máquina dentro da cabeça trabalhar.
Cada parafuso e energia...
Minha expressão logo a deturpar

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um TU pelo Cachoeira

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Caminho parado entre o amarelo
disponho do vermelho
fito-te eremita!
e os "outros" tiram os olhos.
Na corrente pestilencial,
o branco come
jorrado pelo herói
o corvo sempre consome.
Logo à frente a rosácea dissipa
esgana o que a supremacia não quer
o único que não enche a barriga
é um eremita qualquer.
Homem heróico de barro
agora vira metal
para um dia poder comer
o que deus joga no quintal.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Jantar no oceano de plutão... Parte 2

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O verde que tu vê és teu, ande por ele...
Não te vi nas ruas...
Longe dela, o sonho, meu abrigo, não me abraça...
Trago o vazio...

Por que queremos a liberdade se não há chão para pisar?
A noite vem como uma tradução do dia.
O jantar longe é triste e sem gosto,
a perfeição se torna mal feita
E o rio seco, em que sujo os pés, está frio.

Corto as lâminas com minha boca
Sua mãe lhe avisou para voltar
Eu pedi para ficar
Nem com sua psicologia verás o que sinto...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Metalúrgico do Mangue

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Deus é a indústria?
A indústria é Deus?
Sairemos do pó de metal
Entraremos pelos canos,
chegaremos no mangue.
Atacaremos anjos

Nossa casa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

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O soldado, com sua perna na cabeça, luta para sobreviver

Sabe das idéias da marcha lenta

Eu, com a caneta na mão, luto para cair

Os soldados descem o abismo para chegar a mim

Longe se anda com a perna na cabeça

No lugar dos pés as mãos

Ele anda sobre minha corda

Nem medo, nem sonho sente suas lembranças

Tanto faz se hoje estou morto sem pernas

Fica tudo assim sem sonhos

terça-feira, 14 de abril de 2009

Trágico

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Meus olhos não enxergam
Sou um cego
O cheiro das folhas, não sinto
O som das vozes tristes, não escuto
A pele da morena morta, não toco
O gosto da saliva, eu não sei...
Sou um vegetal
A cor que eu conheço é o vazio
Sou um deus dos que não existem
O contraponto da realidade é meu nome
O que sinto é o coração dela

Sou um poeta trágico
Do imundo e do mundo
Os que os outros esquecem eu traduzo
Vento que é vento sopra o ser da tragédia
Da barcaça que afundou no mar
Da origem apoio a morte
do facismo do homem com o ser menor