O soldado, com sua perna na cabeça, luta para sobreviver
Sabe das idéias da marcha lenta
Eu, com a caneta na mão, luto para cair
Os soldados descem o abismo para chegar a mim
Longe se anda com a perna na cabeça
No lugar dos pés as mãos
Ele anda sobre minha corda
Nem medo, nem sonho sente suas lembranças
Tanto faz se hoje estou morto sem pernas
Fica tudo assim sem sonhos
2 comentários:
mas como é difícil apenas tê-los!
Soldado é figurinha bem ingrata...
Símbolo-mor do poderio de uma instituição qualquer. Ter um indivíduo sob controle implica respeito... Não há como ter sonhos em uma tal fidelidade. Fidelidade essa conveniente às lições de Maquiavel ao príncipe (se lidas com cuidado, podem até se reverter em uma horizontalidade ao grupo pequeno, uma mini-anarquia).
Mas, voltando ao poema, a obrigação de fazer viver é a consciência (há-de existir palavra melhor...) própria ao soldado, por isso sinto, mas a sociedade nos busca, ainda que só para nos pisar...
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