quinta-feira, 16 de abril de 2009

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O soldado, com sua perna na cabeça, luta para sobreviver

Sabe das idéias da marcha lenta

Eu, com a caneta na mão, luto para cair

Os soldados descem o abismo para chegar a mim

Longe se anda com a perna na cabeça

No lugar dos pés as mãos

Ele anda sobre minha corda

Nem medo, nem sonho sente suas lembranças

Tanto faz se hoje estou morto sem pernas

Fica tudo assim sem sonhos

2 comentários:

Zimbro disse...

mas como é difícil apenas tê-los!

Sidney Azevedo disse...

Soldado é figurinha bem ingrata...
Símbolo-mor do poderio de uma instituição qualquer. Ter um indivíduo sob controle implica respeito... Não há como ter sonhos em uma tal fidelidade. Fidelidade essa conveniente às lições de Maquiavel ao príncipe (se lidas com cuidado, podem até se reverter em uma horizontalidade ao grupo pequeno, uma mini-anarquia).
Mas, voltando ao poema, a obrigação de fazer viver é a consciência (há-de existir palavra melhor...) própria ao soldado, por isso sinto, mas a sociedade nos busca, ainda que só para nos pisar...